Psicoterapia Infantil
Um dos pré-requisitos do atendimento infantil é a utilização da brincadeira como ferramenta de atendimento clínico, prática também conhecida como ludoterapia.
Assim, psicólogos que iniciam o atendimento infantil acabam por identificar a importância do brincar, bem como sua eficácia na sessão de psicoterapia como uma das ferramentas mais exploradas em contexto psicoterapêutico para evocar comportamentos clinicamente relevantes conforme descrevem Kohlenberg e Tsai (2001). Além disso, também cumpre papel fundamental na intervenção e no manejo clínico, o que a faz digna de análise cuidadosa.
Segundo Regra (2000), a psicoterapia infantil é única porque: (1) a criança pode ter dificuldade de falar de seu próprio sentimento quando ele é desagradável, já que seu comportamento provavelmente foi punido, (2) a criança pode ter sido pobremente ensinada a nomear seus comportamentos encobertos, já que a própria comunidade verbal tem dificuldades de estabelecer esse treino, (3) a criança pode ter medo de ser desaprovada pelo terapeuta ao relatar certos sentimentos, e (4) a criança pode temer o que diz ao terapeuta seja relatado aos pais.
Uma metodologia que tem se mostrado eficaz para que a criança produza relatos é o uso da fantasia, de jogos e de desenhos. Dessa maneira, a coleta de dados de uma terapia infantil difere muito da realizada na terapia com adultos, já que se torna indispensáveis não só os desenhos e as brincadeiras, como também relatos de adultos com quem conviva, como pais e professores.
Segundo Moura e Venturelli (2004), o uso de brincadeiras também é eficaz para que a terapia e o terapeuta sejam pareados com atividades agradáveis, para que o terapeuta possa planejar situações nas quais o cliente explicite antecedentes e consequências dos comportamentos observados e para terapeuta e criança analisarem a viabilidade de comportamentos mais adaptativos o que poderia inclusive ocasionar um treino dentro da sessão.
Para a psicoterapeuta gestaltista Violet Oaklander, "[a] maneira como jogamos conta muita coisa sobre a maneira como somos na vida" (1980,p.154). Em seu livro, a autora descreve diversas técnicas que utilizou em atendimentos infantis, incluindo brincadeiras, desenhos, histórias contadas, etc. O psicoterapeuta pode, de fato, utilizar essas técnicas como maneira de coletar dados sobre seu cliente, além de ensiná-lo e treiná-lo (ensaio comportamental) a ter comportamentos mais adequados ao ambiente, por meio de atividades como fantasiar que é outra pessoa, desenhar, ou brincar de maneira geral.
Trecho retirado do livro ROSSI, A.; LINARES, ILA; BRANDÃO, LUIZA. terapia analítico comportamental infantil. [s.l: s.n.].
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